RELATÓRIOS E CONTAS | ASSOFT


Relatórios e Contas

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Mensagem do Presidente


Caros Associados,

Luís Sousa, Presidente da Direção

As projeções para 2019 apontavam para um exercício em ambiente de relativo abrandamento económico (crescimento do PIB de 1,9 %) que, contudo, não foi desfavorável à maioria das empresas Portuguesas produtoras de software. 

2019 marca o fecho de mais um triénio na gestão da ASSOFT, um período de interessantes desafios para o nosso setor e com implicações diretas no próprio funcionamento interno da Associação, que nos devem dar muito me orgulho:

  • mantivemos a linha mestre que define a nossa existência, que é a proteção do direito de autor e a defesa da propriedade intelectual do software, como um dos principais vetores de atuação;
  • intensificámos a relação com as autoridades portuguesas nas áreas de governação que afetam o software (autoridade fiscal, segurança social, modernização administrativa, etc.) aumentando o peso da indústria nos processos de decisão;
  • concluímos também protocolos de cooperação com autoridades governamentais e outras associações estrangeiras em Angola, no Chile, no Reino Unido, com os EUA e com diversas organizações governamentais e não governamentais Europeias;
  • intensificámos o apoio às pequenas e médias empresas, em particular no domínio da criação de competências e da internacionalização, através do recurso a fundos comunitários;
  • procurámos divulgar e estar atentos ao aparecimento de tecnologias disruptivas, destacando sempre os novos temas (Inteligência Artificial, Big Data, Blockchain, RGPD, Cibersegurança, etc) e contribuindo para a divulgação destes em conjunto com os associados.

Estamos preparados para continuar a zelar pela salvaguarda dos interesses dos nossos associados, conscientes, porém, que novos desafios nos esperam e para os quais é necessária uma resposta à altura.

Nos próximos anos prevemos ser necessário intensificar algumas medidas no sentido de reforçar a promoção e a defesa do setor, em particular ao nível dos desafios que a globalização acarreta, especialmente no segmento das pequenas e médias empresas e nos constrangimentos ao nível da escassez de profissionais qualificados. Também no domínio da modernização, na melhoria das práticas de gestão e no apoio à internacionalização são necessários esforços redobrados. E, finalmente, sem nunca esquecer a nossa génese, é importante combater alguns movimentos que apoiam práticas centralizadoras de alguns segmentos deste negócio, como é o caso dos da informática de gestão. 

É inegável a forte oportunidade que a digitalização e a globalização oferecem às empresas ligadas às T.I.C. e, em particular, para as empresas Portuguesas que desenvolvem software desde que estas consigam ultrapassar os desafios:

  1. tecnológicos, devido à acelerada revolução digital derivada da evolução da crescente utilização de soluções móveis; do cloud computing; do big data; da internet of things; da Inteligência Artificial; do Blockchain e das cripto-moedas, entre outras tendências, que obriga ao redesenho e à reescrita das aplicações hoje em produção;
  2. recursos humanos, dada a escassez de recursos qualificados para as necessidades do mercado, agravada pelo facto de se estar a assistir a uma crescente penetração no mercado Português de empresas multinacionais e de outsourcing que, ao trabalharem para mercados estrangeiros, conseguem com rentabilidade inflacionar fortemente os custos dos técnicos (facto que não ajuda Portugal pois trata-se mais de transferência de recursos que de uma verdadeira criação de novos postos de trabalho).

Contudo, como se não bastassem os desafios naturais que o sector enfrenta, o subsector dos produtores de software de gestão, sofre pela passividade das entidades fiscalizadoras Portuguesas que permitem, impunemente, que uma Associação Publica Profissional, a Ordem dos Contabilistas Certificados (“OCC”), da dependência direta do Ministério das Finanças e regulada pela lei nº. 2/2013 de 10 de janeiro, distorça o livre mercado ao produzir e vender uma solução de gestão, alegadamente, exclusiva para contabilistas certificados. Se tivermos presente que a OCC realizou com este produto um volume de negócios superior a três milhões, compreendemos que a OCC é efetivamente o quinto maior produtor de software de gestão nacional, sendo a única organização com, potencialmente, um vendedor em cada empresa.

É uma situação inaceitável, que muito prejudica as empresas produtoras de software de gestão Portuguesas, e cuja correção devemos juntar aos nossos habituais objetivos de apoiar a indústria de software: (1) a adaptar-se ao incremento de custos com recursos humanos; (2) a investir na capacitação nas novas tendências tecnológicas e a (3) inovar que está o nosso maior desafio como Associação.

A terminar, uma última palavra para, em nome de toda a atual Direção da Associação, manifestar o nosso apreço e gratidão:

  • aos associados e utentes dos nossos serviços, pela confiança que em nós depositam;
  • à IGAC, entidade que nos supervisiona, todo o apoio e confiança que em nós depositam, vital para o cumprimento do principal desígnio da ASSOFT – a defesa da Propriedade Intelectual de quem desenvolve e representa software em Portugal;
  • às entidades com quem nos relacionamos, com particular carinho àquelas com quem estabelecemos protocolos de colaboração, pelo seu prestável e precioso apoio;
  • aos nossos colaboradores, pela seu profissionalismo e incansável dedicação.

Cordiais cumprimentos,

Luis Sousa
Presidente da Direção